Ao realizar a rotina ginecológica, muitas mulheres se deparam com uma novidade ao ultrassom: um cisto de ovário. Então surgem inúmeras dúvidas. Isso é grave? O que fazer agora? Vou conseguir engravidar? Vou perder meu ovário?
O cisto de ovário é uma coleção de líquido, envolta por fina cápsula, localizada no interior do ovário. Mas nem sempre isto indica um problema de saúde. O cisto de ovário pode ser simplesmente uma alteração funcional do ciclo menstrual. Todo mês, por influência hormonal, o nosso ovário seleciona um dos milhares de folículos (microcistos que temos desde o nascimento), que vai crescer até o dia da ovulação, quando então se rompe para liberar o óvulo maduro.
A grande maioria dos cistos de ovário é um achado de ultrassom, em mulheres sem nenhum sintoma. Entretanto, o cisto pode causar dor em caso de torção, rotura ou crescimento acelerado. A história clínica pode orientar o diagnóstico. Idade, ciclo menstrual, uso de anticoncepcional e histórico familiar de risco devem ser levados em consideração. Assim como o aspecto do cisto ao ultrassom. Cistos muito grandes, irregulares ou com alteração do fluxo sanguíneo ao Doppler, podem indicar suspeita clínica. Nestes casos, a investigação deve prosseguir com exames de sangue e de imagem mais detalhados.
O tratamento é cirúrgico em mulheres com dor intensa, risco de torção ou rotura, ou suspeita de malignidade. Existem, ainda, cistos benignos, como teratoma e endometrioma, que podem indicar tratamento cirúrgico para facilitar uma futura gravidez. Sempre que possível, o ovário deve ser preservado em mulheres com idade reprodutiva. A cirurgia retira apenas o cisto e o ovário continua funcionando normalmente. A via de preferência é a videolaparoscopia. A cirurgia por vídeo é muito bem tolerada e permite rápida recuperação pós-operatória.
Em resumo, o diagnóstico de um cisto de ovário pode ser apenas um sinal de ovulação, como pode ser um sinal de alerta. A avaliação do ginecologista especializado é fundamental para definir o melhor caminho.