
As cirurgias plásticas, quando bem indicadas, envolvem risco mínimo de complicações tanto locais quanto sistêmicas. No entanto, devido à sua própria característica de cirurgia que normalmente não apresenta caráter urgente, devem ser realizadas após cuidadosaavaliação médica do cirurgião plástico. O mesmo deverá pesquisarantecedentes pessoais de doenças, cirurgias prévias, alergias, uso de medicações e onde também deverá ser realizado um exame físico. A partir destas informações o cirurgião será capaz de solicitar os exames pré operatórios pertinentes.

O paciente que procura a Cirurgia Plástica deve estar ciente de que está sim, submetendo-se a uma cirurgia, com todas as implicações inerentes a isso: existem riscos envolvidos tanto anestésicos quanto relacionados a própria cirurgia. Esses riscos obviamente são maiores se o paciente possui algum tipo de doença crônica.
Outro engano comum é aquele paciente que quer realizar múltiplas cirurgias ao mesmo tempo “ para aproveitar a anestesia”. É sabido que a associação de procedimentos cirúrgicos sejam eles apenas de cirurgia plástica ou de outra natureza (ginecológicos ou do aparelho digestivo para citar algumas associações comuns) aumenta o risco de complicações no pós operatório. Ou seja, quanto maior o porte da cirurgia, maiores os riscos. É dever do médico avaliar a possibilidade de realizar ou não essas associações de acordo com a saúde do paciente .
Uma das complicações mais temidas em qualquer tipo de cirurgia é a trombose venosa profunda (TVP) , que consiste na formação de coágulos dentro das veias dos membros inferiores. Esses coágulos podem se soltar e chegar até os pulmões, causando o tromboembolismo pulmonar que é grave e por vezes fatal. Felizmente a ocorrência deste tipo de complicação em Cirurgia Plástica é rara. No entanto, alguns tipos de paciente e algumas situações específicas estão mais associadas a este tipo de condição clínica:
- Pacientes com história de complicações nas gestações ou no parto (abortos repetidos),
- Familiares com antecedente de trombose,
- Obesidade,
- Uso de pílula anticoncepcional, reposição hormonal ou hormonioterapia pós câncer,
- Tabagismo,
- Idade avançada,
- Doença cardíaca,
- Associação de cirurgia ginecológica ou laparoscópica com plástica de abdome,
- Presença de varizes nas pernas, entre outras.
O cirurgião plástico deve estar atento a estes antecedentes pessoais, e caso seja necessário, instiuir medidas de prevenção para a TVP que vão desde meias elásticas, passando por massageadores pneumáticos instalados durante e após a cirurgia, medidas comportamentais (como deambulação precoce), até medicações específicas.
É importante salientar que tempo cirúrgico prolongado aumenta as chances de complicações como a TVP.